Aqui você tropeça no poeta e em suas poesias!!!Venha,veja,comente,aprecie,critique e usufrua este encontro!!
quarta-feira, 31 de julho de 2013
narciso sujo
limpar os olhos para ver o mundo
para ver-se no mundo
para ver se no mundo
nós nos vemos limpos
limpar o mundo que nós vemos
para limpar a nós mesmos
alma visível
pele que molda
contornos da presença
alma visível
em feições e formatos
um templo e se move
temperos e lembranças
janelas nem sabem
se descem ou sobem olhares
e a casa inteira absorve
as vozes que atravessam
portas e paredes
enquanto na cozinha
a vida ressuscita
entre temperos e lembranças
terça-feira, 30 de julho de 2013
soneto da amada
dela sou antes da música
o silencio epidérmico
carícia da carícia dela
sou aquilo que amanhece
e no entanto não perde
o calor e a ternura que
a noite arquiteta dela
sou o durante que não se dissipa
o depois de tudo e só afeto
e o antes que nunca deixa
de brilhar e envolver
a palavra sempre amiga
o encontro que não se cala dela
sou a luz e a sombra as nuvens o sol e os olhos
conversas com fake
helena
a poesia não serve
para nada
não serve para isso
nem para aquilo
não cabe em moral ciência ou religião
a todas transcende e resume totalmente sublime
totalmente rosa
totalmente pedra
totalmente coisa
coisa da natureza
se é panfletaria ou ideológica ou programatica
não é poesia é tédio discurso de político
oco sem profundidade
poesia não pode ser definida
não pode ser classificada
e não pode ser usada
para nenhum outro fim
-pacifico ou oportunista-
além do prazer
de ser escrita e de ser lida
tudo mais é conversa fiada
comércio de frases
papo furado
burocracia de versos
espinha dorsal do afeto
dividir os sonhos
a vida
os dias
mesmo à noite
acordamos
mesmo dormindo
não deixamos de ser
a espinha dorsal do afeto
os fundamentos do amor
um olhar
perder o tempo
um olhar que circula
por noites e dias
na vida esta onda
sem começo e sem fim
soneto totalmente assimétrico
os amantes da chuva
mergulham na noite com volúpia
e acariciam a saudade
onde estava sua infância
quando a tristeza não lhe acompanhava
quando a tristeza se escondia
atras das estrelas debaixo dos sorrisos
os amantes da lua brincam no lago
brincam com as palavras e alcançam
a solidão do sol com seus sonetos
de água de brisa e de argila
amor seu corpo é minha escultura
e nele refaço minha alegria e vivo
como se sonhasse com os olhos e o coração em festa
domingo, 28 de julho de 2013
pérola volátil
ouvir a pele
dedos e lábios
alfabeto que desliza
no dorso nas curvas
na concha escondida
onde o orgasmo
é pérola volátil
entre a ausência e a saudade
apalpo olhares
como quem tropeça
nas frases uma pedra
floresce outra pétala
me fere enquanto
a aurora desaba
subitamente na palavra
coroada entre espinhos
verdades e versos
que eu declamo em silencio
emergindo do sono
na ponte que se instala
inconsistente(mente)
entre a ausência e a saudade
flores submersas
ouço por todos os lados
silêncios
estalidos
estilhaços
cristais de água
na face norte
das pedras
relâmpago
no abdômen
indícios da fonte
aliás da ponte
entre o nada
e a ausência
de qualquer paraíso
de qualquer promessa
a verdade é um deserto
com flores submersas
sábado, 27 de julho de 2013
sanha e senha
seres no sonho
sumo sanha e senha
de outros mundos
outros lugares na luz
dos olhos teus olhares
sexta-feira, 26 de julho de 2013
índigo
nomes
conceitos
conhecimento
brilham
gritam
e se apagam
a luz
(que não vemos
vemos
só os seus efeitos
seu sofrimento)
é suave
silenciosa
e sempre
ética
é bom deixar de lado
a bondade postiça
a moral comestica
melhor que muletas
que os novos códigos
novos decálogos
novas tábuas da lei
é caminhar com as próprias pernas mesmo tropeçando
e aprender com os erros
para não refazê-los
gosto de subir a montanha
sem escoras e sem cordas
apoiado só em minhas pernas
e na coragem
de ser quem sou
e não uma copia burguesa
um autômato moral
de uma ética que não é autóctone
mas plagiada
monte das oliveiras
carros latejam
rua insone
medo sem lantejoulas
todos esses enfeites
luminosos
iluminados
desagregam
a escuridão necessária
ruas de brasília
medos atravessam
avenidas sem luz
idéias escuras
tombam
e secam
na sarjeta da historia
p.s. : inspirado
em streets of philadélfia
e nos zumbis do mensalão
quinta-feira, 25 de julho de 2013
ascese do haicai
a ascese do haicai
é doce disciplina
e se assenta e se espelha
no espírito do zen :
no grão de galáxia
goteja a vida inteira
a semente minúscula já é
o carvalho imenso
é doce disciplina
e se assenta e se espelha
no espírito do zen :
no grão de galáxia
goteja a vida inteira
a semente minúscula já é
o carvalho imenso
terça-feira, 23 de julho de 2013
aqui no coração
aqui onde nadam
rios no centro do lago
oceanos dentro da piscina
e no orvalho galáxias
aqui transbordam olhares
e a vida se multiplica
através da morte
aqui silêncios e palavras
tecem uma só linguagem
aqui no coração
mistério e abraço
sussurram preces
ou atiram insultos
sempre que passam
em frente ao mistério
a cruz é um abraço
segunda-feira, 22 de julho de 2013
neurastenia
pensar às vezes dói
tensão cervical
alma contraída
luz que entorta o sorriso
pensar às vezes cansa
palavras pontiagudas
resvalam na superfície
entre cicatrizes e carícias
sábado, 20 de julho de 2013
alicerce
sob os dedos ásperas tece
a difícil alegria
flor de todas as tristezas
luz do sofrimento
sob a face ferida tece
a difícil alegria
carinho na sombra do cansaço
reencontro quando tudo está perdido
sob a pele em carne viva tece
a difícil alegria
esperança que não morre
abrigo dos que não conseguem chorar
sob o corpo que será desfeito
sob todas as coisas efêmeras tece
a difícil alegria
que é eterna para sempre
a difícil alegria
flor de todas as tristezas
luz do sofrimento
sob a face ferida tece
a difícil alegria
carinho na sombra do cansaço
reencontro quando tudo está perdido
sob a pele em carne viva tece
a difícil alegria
esperança que não morre
abrigo dos que não conseguem chorar
sob o corpo que será desfeito
sob todas as coisas efêmeras tece
a difícil alegria
que é eterna para sempre
orquídea
quando eu nasci
morri
quando eu morrer
nasço
enquanto eu vivo
a vida
vive em mim o seu tempo
e a sua condição de orquídea
morri
quando eu morrer
nasço
enquanto eu vivo
a vida
vive em mim o seu tempo
e a sua condição de orquídea
arte de amar
para amar é preciso antes de qualquer coisa não ter qualquer coisa antes
uma nudez completa milimetrica exata e exatamente em cada
um dos gestos soltos motivos inexplicáveis taquicardia súbita
no começo da noite ou quando pressentida na carne
a lamina afiada do olhar sem pena
que não a outra própria
de quem é possuído e não possui a coisa
que acena a distancia e provoca
a triste alegria do prazer doloroso
para amar é preciso distancia solidão ausência
essencialmente sofrimento:sofrer na hora do riso do orgasmo do carinho breve vôo cego
que o amor acaba quando começa e suas asas
não batem no mesmo ritmo
cadenciado
dos corações em disparada
(quem chega primeiro:sofre
quem chega depois: sofre
quem não chega: sofre mais)
amor é praia remota amar
viagem sem volta ah
todos somos náufragos
e o mar é o unico sentimento
que não incomoda
(para amar só é preciso
estar vivo e estar pronto
para o corte)
uma nudez completa milimetrica exata e exatamente em cada
um dos gestos soltos motivos inexplicáveis taquicardia súbita
no começo da noite ou quando pressentida na carne
a lamina afiada do olhar sem pena
que não a outra própria
de quem é possuído e não possui a coisa
que acena a distancia e provoca
a triste alegria do prazer doloroso
para amar é preciso distancia solidão ausência
essencialmente sofrimento:sofrer na hora do riso do orgasmo do carinho breve vôo cego
que o amor acaba quando começa e suas asas
não batem no mesmo ritmo
cadenciado
dos corações em disparada
(quem chega primeiro:sofre
quem chega depois: sofre
quem não chega: sofre mais)
amor é praia remota amar
viagem sem volta ah
todos somos náufragos
e o mar é o unico sentimento
que não incomoda
(para amar só é preciso
estar vivo e estar pronto
para o corte)
estado
o tempo da rosa
é curto
o tempo da pedra
é lento
o tempo da fome
é bruto
o tempo da chuva
é leve
o tempo da fruta
é fácil
o tempo do homem
é tudo
o tempo do mar
é inquieto
o tempo do sono
é esquisito
o tempo do poema
é mudo
o tempo do vento
é oblíquo
o tempo da luz
é escuro
o tempo do tempo
é profundo
é curto
o tempo da pedra
é lento
o tempo da fome
é bruto
o tempo da chuva
é leve
o tempo da fruta
é fácil
o tempo do homem
é tudo
o tempo do mar
é inquieto
o tempo do sono
é esquisito
o tempo do poema
é mudo
o tempo do vento
é oblíquo
o tempo da luz
é escuro
o tempo do tempo
é profundo
pouquíssimas palavras
yuri rosane e eu
descobrindo
-lara-
como ler no silencio
as invisíveis palavras
descobrindo
-lara-
como ler no silencio
as invisíveis palavras
motivo
melhor a ofensa pura e simples
fervilhante de raiva
que o doce exagerado
do elogio sem alma
melhor o olhar silencioso
que transborde ternura
que estes gestos erráticos
que prometem mas não cumprem
melhor o inimigo verdadeiro
como o próprio buda disse
que o amigo que só finge sê-lo
embrião de novo judas
melhor a intimidade de poucos com rosto e nome
que a hipocrisia de muitos clones fakes avatares
fervilhante de raiva
que o doce exagerado
do elogio sem alma
melhor o olhar silencioso
que transborde ternura
que estes gestos erráticos
que prometem mas não cumprem
melhor o inimigo verdadeiro
como o próprio buda disse
que o amigo que só finge sê-lo
embrião de novo judas
melhor a intimidade de poucos com rosto e nome
que a hipocrisia de muitos clones fakes avatares
sexta-feira, 19 de julho de 2013
saudade lenta
traços de luz
nas raízes que descem
dentro da chuva
nesta rua
onde outras arvores
se debruçam
sobre os carros velozes
e a saudade lenta
nas raízes que descem
dentro da chuva
nesta rua
onde outras arvores
se debruçam
sobre os carros velozes
e a saudade lenta
toda distancia
deposito mãos
no mês que (lhe) falta
ruídos fora
silencio dentro traçam
juntos toda distancia
no mês que (lhe) falta
ruídos fora
silencio dentro traçam
juntos toda distancia
terça-feira, 16 de julho de 2013
cajus
os cajus na mesa
dançam luz e sabor
carne
que se dissolve
aroma de bosque
a própria arvore
tomando conta da boca
dançam luz e sabor
carne
que se dissolve
aroma de bosque
a própria arvore
tomando conta da boca
vilas do atlântico
folhas na brisa
areia entre os dedos
e todas as pedras
onde ondas e saudade
calmamente se deitam
areia entre os dedos
e todas as pedras
onde ondas e saudade
calmamente se deitam
segunda-feira, 15 de julho de 2013
cercas vivas
cercas vivas
vivem
além dos muros
que formam
e se mostrando
escondem
à luz dos olhares
o oculto das vozes
e das casas
vivem
além dos muros
que formam
e se mostrando
escondem
à luz dos olhares
o oculto das vozes
e das casas
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