Havia um poeta no meio do caminho
Aqui você tropeça no poeta e em suas poesias!!!Venha,veja,comente,aprecie,critique e usufrua este encontro!!
quinta-feira, 18 de maio de 2017
segunda-feira, 11 de abril de 2016
o ninho a nuvem sua própria árvore
de abandono em abandono
se tece um novo condomínio
escola pública museu metrô
deserdado espaço onde eram
sol e sombra terreno teia de pássaros
pois aquele que ficam não fincam
seu coração aos lugares desocupam
o ninho a nuvem sua própria árvore
sábado, 9 de abril de 2016
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
alma opaca corpo transparente
ruge
range
roça
a fibra e fímbria
da
camada
mais
fosca
( mais
tosca ? )
alma
opaca
corpo
transparente
domingo, 2 de agosto de 2015
e fazem da luz um caminho
o adágio de albinoni
a sonata ao luar de beethoven
e os noturnos de chopin
amparam a claridade
desse domingo azul
cheio de brisa e pássaros
ameno amigo e fazem
da luz um caminho
máximas menores
presente
deixe flores
onde houver espinhos
completo
o silêncio
nunca excede
desapego
as perdas
transbordam
a saudade é uma árvore podada
a saudade é uma
árvore podada
desabrochando de novo
o tempo das flores
o tempo dos espinhos
e também as pausas
onde o silêncio chove
e fazemos poesia
flores lilases
flores lilases
na luz das cerejeiras
nuvens de canto
e sombra de pássaros
enxameiam o inverno
reprovérbios
"mais vale um pássaro na mão
do que dois voando"
voos
voos na mão
e pássaros livres
"quem ama o feio
bonito lhe parece"
o amor
o amor embeleza
os que amam e
os que são amados
"quem espera
sempre alcança"
si e sol
a espera colhe
as flores de si
nas horas do sol
sexta-feira, 3 de julho de 2015
movimentos da chuva
a chuva se movimenta
na claridade e nas vozes
acolhendo as faces
que acordam e adormecem
entre a brisa dos olhares
e a alma silenciosa
a chuva se move e move
a palavra invernal acesa
bolsas e benesses : o fim da festa
bolsas
bolsa grotões da miséria
bolsa bndes
bolsa odebrecht
bolsa militância comprada
bolsa movimento sempre torto
benesses
mansão em portugal
(vizinho de sir "incomum" ney)
cobertura triplex no guarujá
sítio atibaiense de luxo
benesses de bebum
o fim da festa
o fogo de curitiba
vai queimar múltiplos braços
e consumir a gosma
que protege essa farsa
amoral e podre
quinta-feira, 2 de julho de 2015
vivendo e transbordando
escrevo andando
(só dentro dos olhos)
escrevendo ouvindo
(dentro e fora do silêncio)
e escrevo enquanto sonho
e quando me esqueço
(a palavra se escreve e eu sigo
vivendo e transbordando)
ábaco
números
nomes são números
na matemática da alma
a poesia também conta
detalhes
detalhes do sonho
e da realidade
multiplicam a face
dividem o silêncio
nome
era uma vez
uma história
dentro de um nome
claridade e transparência
as nuvens pisam
um solo de sonhos um
outro cimento
feito de claridade
feito de transparência
sexta-feira, 12 de junho de 2015
três faces da chuva
primeira
uma gota de paz
dilui os ruídos
chove
chove mais silêncio
segunda
é um abraço
o guarda-chuva
e a marquise
é um encontro
terceira
silêncio da água
sussurro da brisa
até o frio
aquece
seda e arrepio
acaricia e limpa a chuva
pele e pulmão da cidade
com delicadeza e nostalgia
da solidão molhada
aos encontros úmidos
aos namorados a chuva brinda
um colchão de carinhos e gestos
onde seda e arrepio se alinham
domingo, 31 de maio de 2015
faces do crepúsculo
noite
alto e cansado ele passa
foi maior mas decaiu
aliás sempre foi pequeno
e agora também é
triste e grisalho
espera
o cheiro na chuva
lembra flores cansadas
banho demorado
excesso de perfume
que sufoca qualquer conversa
estrela
ela volta
sempre na hora
em que o sol se despede
e a lua agradece
quarto
a manhã desdobra folhas
entre ruídos amassados
e palpitações da luz
objetos indistintos pulsam
na penumbra do que é
sonho mas já acordou
e avança adivinhando
a imprevista aurora
e escorrega do corpo
insônia ou pesadelo
ou simples delírio porém
a ternura da pele
devolve a lucidez
que havia se exilado
quinta-feira, 28 de maio de 2015
alcunha : transgressões e transcendência
consistência de brisa
pérola que se evapora
na claridade do silêncio
somente a palavra salva
sobre fragmentos de frase
sujeito do que foi
predicado do que é
somente o verbo voa
construção do soneto
obra livre e assimétrica
alcunha : transgressões e transcendência
enquanto puristas sem rumo
caçam métrica e rima a poesia
selvagem e nua dá risadas
farsa completa : brasília 2015
pisando no silêncio
palavras que não crescem
idéias sujam o chão
onde a alma se reflete
a solidão no planalto
é pessoal e pública :
aqui quem manda sou
(antes era assim também)
mas a morte não sossega
essa implacável senhora
e fica esperando na porta
perto da farsa completa
(escárnio e infâmia) e da imensa
lata de lixo da história
quarta-feira, 6 de maio de 2015
luz que vive silenciosa
teu sono me abraça
sonhos que me sussurram
paisagens no quarto
viagens sobre a cama
lençóis que viram asas
esta manhã sorrindo
dentro da noite escura
luz que vive silenciosa
sexta-feira, 24 de abril de 2015
passageiro e casual
a pele macia e lisa
corresponde à alma triste
nos vetores da busca
sonho sem desejo
(o sol sobre a árvore
a sombra sob o poema)
se também é macia a alma
a pele pode ficar triste
sábado, 18 de abril de 2015
discurso
traços perdem nitidez
(aliás nunca tiveram)
no desenho das nuvens
nas linhas do voo solo
no abismo das ideologias
na lógica movediça
(areia e lama e mentiras)
"não sei não sabia de nada"
antes da queda
luz de reserva
antecede a queda
notícias pulsam
silêncios sobrevivem
quando o morto morre
quase catarse
não sou o santo
nem salvador da pátria
só trabalho só
no silêncio da sala
onde flui a dor cega
lobo no escuro
falas da noite profunda
sino de outrora e do refluxo
das horas que acendem e apagam
sobre o caminho do rio
sobre o caminho do vidro
sobre o caminho do aço
falas da noite profunda e antes
da aurora os pássaros se calam
sábado, 4 de abril de 2015
uma nova esquerda
que fique do passado
a raiz da história degrau
plataforma e pista onde
o futuro se ergue e voa
e que ninguém esqueça como
até o sonho mais bonito apodrece
se exerce a exclusiva custódia
do progresso da justiça e da verdade
sexta-feira, 3 de abril de 2015
lara minha princesa
um silêncio gritante
que fala com intensidade
da penumbra e do deslumbramento
um silêncio onde florescem gestos
sentidos sintaxes significados
e símbolos abertos todos muito claros
um silêncio que só é lágrima ao tocar
o sofrimento alheio jamais o próprio
sexta-feira, 20 de março de 2015
quinta-feira, 19 de março de 2015
alma profunda
o quase das coisas
quebrando certezas
na trave não vale
se não completa não houve
na superfície da face
a alma profunda
mergulha e nada
que não se afogue
lembranças sem uso
entulho sem reciclagem
lembranças sem uso apodrecem
e não formatam o novo
nem fecundam a inércia
somam ao vazio vagas
e sequestram o espaço
mas ao vencer o tempo amando
incinera-se a negatividade
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
tijolo das ideias destituídas de refinamento
na parede dos gestos
desenhos e mandalas
(silêncio gráfico)
podem parecer palavras
entretanto são gritos
pesadelos entrelaçados
ao tijolo das ideias
destituídas de refinamento
arrebatamento necessário
olhares sem pensar acolhem
imprevistos na luz e na rua
(encontros escorregadios)
buracos e janelas
na pauta dos compromissos
nas promessas agendadas
subtraindo da rotina
o arrebatamento necessário
fratura das lembranças
fratura das lembranças
elas não se perdem mas não são
achadas e vagam sonâmbulas
como o olhar daquele
que as possui e não usa
e assim não saboreia
o dia ( ontem e hoje ) e o brilho
das últimas palavras vividas
sábado, 15 de novembro de 2014
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
cálice
falo para o coração
quando me calo quando
contenho minha raiva quando
percebo o simples fato :
somos diferentes não adversários
"eu sou eu e você é você
e se nos encontrarmos será maravilhoso
e se não não há nada a fazer"
P.S.: os versos entre aspas são uma livre adaptação e tradução de trechos da belíssima Oração Gestalt de Fritz Perls.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
(dissonância desses tristes tempos)
o que sou me sussurra
dentro dos ruídos da raiva
entre os atalhos e espinhos
da minha mente inquieta
o status da minha essência :
ahimsa amor-sabedoria
(mesmo que eu ainda fale e falhe a partir
da dissonância desses tristes tempos)
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