sexta-feira, 20 de março de 2015

viralata






olhar
viralata :

solidão
    na
      rua
               lotada






conversa







a música chove enquanto
posiciono e retiro
agulhas e saudade

as múltiplas faces
infinitas palavras
retornam ao silêncio

o guerreiro do repouso é

tão forte ser frágil








quinta-feira, 19 de março de 2015

alma profunda






o quase das coisas
quebrando certezas
na trave não vale

se não completa não houve
na superfície da face
a alma profunda

mergulha e nada

que não se afogue








xadrez






janelas do voo
onde pousam partidas
adeus às armas







responsabilidade








pensamentos
não
        se
              reproduzem
       autóctones :

       responsabilidade







lembranças sem uso






entulho sem reciclagem
lembranças sem uso apodrecem
e não formatam o novo

nem fecundam a inércia
somam ao vazio vagas
e sequestram o espaço

mas ao vencer o tempo     amando

incinera-se a negatividade







própria







sussurra sonhos
das pernas aos passos       luz
da própria alma









aurora






varandas
  vestidas
    de
        orvalho :

brisa
       iluminada