Aqui você tropeça no poeta e em suas poesias!!!Venha,veja,comente,aprecie,critique e usufrua este encontro!!
segunda-feira, 30 de junho de 2014
outra margem do rio e da saudade
tristeza de não ser
aquele que espera
a tarde cair
na outra margem
do rio
e da saudade
domingo, 29 de junho de 2014
ascendente escorpião
no lugar e na hora
a força do silêncio
nunca temer a morte
a verdadeira coragem
nasce
da total fragilidade
sábado, 28 de junho de 2014
vida e morte
cheiros não são flores
vida e morte entrelaçadas
ausência desabrochando
nos salões da alma
dentro e fora
dentro e fora
são a mesma direção
no caminho da alma
é preciso
ouvir o silêncio
junto com as palavras
quinta-feira, 26 de junho de 2014
arvore
o escorpião morde
a base da coluna
serpente de fogo
criando asas
e parindo a águia
que enfrenta o lobo
para que se liberte
da arvore merlin
e solto na minha alma
ilumine lá fora
os que estão vindo e são
artur e guinevere
contornos do céu
leve a música
sussurra do passado
solidão e adolescência
ternura do pássaro
nos contornos do céu
varandas e luares
noites perfumadas
e o começo de tudo
a imensa sensibilidade
grande haicai
as cores da manhã
desabrocham na luz e na sombra
sobre o silêncio do asfalto
e das arvores
os edifícios acordam
barulhentos
lapsos de nuvens
e nenhum vestígio
da brisa
quarta-feira, 25 de junho de 2014
entre silêncio e pássaros
entre silêncio
e pássaros sonhos
pessoas carros
passam mas só ficam
a brisa ligeira
a manhã recém-nascida
terça-feira, 24 de junho de 2014
foice adaga e meia taça
azul noturno
logo azul cobalto
vênus segura
a lua crescente foice
adaga e meia taça
distância e poesia
ainda estão acesas
as luzes e as lembranças
as janelas me olham
iluminadas
as calçadas são só minhas
e a distância
de novo vai virar poesia
domingo, 22 de junho de 2014
investigações sobre a santidade
tecendo olhares
na obscura claridade
não podemos discernir
medidas medalhas milagres
só transcendemos o que somos
quando somos além do sonho a soma
do futuro com o passado
no único tempo que é nosso :
o eterno presente
o infinito agora
essa ponte sobre o nada
caminhar ideias
caminhar ideias
e subir no silêncio
metáforas hiperboles
inteiros fragmentos
do tempo assimetrico
desnudar-se escondendo
a verdade dentro da verdade
caminhar em si mesmo
sexta-feira, 20 de junho de 2014
flores de inverno
flores de inverno
desabrocham na neblina
colorindo o cinza
o sonolento dia
e decretam o provisório
exílio do sol
quinta-feira, 19 de junho de 2014
erros luminosos
trapaças
e tropeços
o lirismo
das palavras
fere mais certeiro
erros luminosos
são os piores erros
quarta-feira, 18 de junho de 2014
terça-feira, 17 de junho de 2014
poesia e música entrelaçadas
violino e flauta
caminham no silêncio
navegam na brisa
sonham na palavra
enquanto o piano espera
enquanto o piano sussurra
passeios pomares paisagens
constelação de ilhas onde voam
onde vivem e repousam
poesia e música entrelaçadas
segunda-feira, 16 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
sexta-feira, 13 de junho de 2014
quinta-feira, 12 de junho de 2014
sobre todas as buzinas e bandeiras
sombras da palavra
ruas literárias
a cada passo um poema
esquinas
faróis
conversas
e
sobre todas as buzinas e bandeiras
o silêncio
quarta-feira, 11 de junho de 2014
terça-feira, 10 de junho de 2014
tordesilhas doentes
é sempre um traço
um terço
um taco
toscos tratados
capitanias do afeto
hereditárias
tordesilhas doentes
ilhas onde o coração
naufraga e se esconde
sem terra ou ternura à vista
segunda-feira, 9 de junho de 2014
sangue suor e silêncio
falo só do que vivo e sigo
vivendo em tudo que falo
não finjo
a dor que sinto
nem forjo
a alegria concreta
do sorriso à lágrima
da solidão ao orgasmo
dos momentos
em que sou sublime
àqueles
em que sou chato
é sempre meu sangue
meu suor
e meu silêncio
que escorrem
em cada um dos meus versos
domingo, 8 de junho de 2014
(substância noturna)
canções são feitas de luz
e silêncio mas também
cantam na sombra
as palavras
passos e pulsos
(substância noturna)
pousam na tarde
desfalecida
caminho devagar
entre estas asas
entre estas almas
que estão dormindo
todas elas
passam a viver no meu poema
lindas palavras nuas
algumas brisas
o silêncio sussurra
outras acendem
caminhos no chão feixe
de palavras nuas lindas
nove ramos oito rumos
um lugar sagrado
o tempo de ouvir
as sementes luminosas
na arvore do ser
nove ramos
oito rumos
caminhando na verdade vivamente
p.s. : nove ramos = cabala e eneagrama
oito rumos = senda óctupla do budismo
último verso = o próprio cristo(caminho verdade e vida)
azul no azul
azul no azul
o domingo sem pressa
germina sombras
cultiva o silêncio
acalma minhas feras
sábado, 7 de junho de 2014
todo caminho
todo caminho é um novelo
onde se entrelaçam
viagens
lembranças
propósito
todo caminho é sagrado
todo caminho é secreto
todo caminho é uma via-crúcis
todo caminha é um orgasmo
todo caminho caminha em cada caminhante
e o coração é a pátria
onde todos eles se desatam e se abraçam
em amorosa liberdade
autorretrato bastante honesto
melhor é o meu silêncio
ou a minha risada ?
na dúvida
prefiro circular
da ternura à teimosia
da fúria até a carícia
da disciplina à poesia
sexta-feira, 6 de junho de 2014
esta manhã
esta manhã
tem cheiro de fumaça
ruído de engrenagem
indícios de saudade
luzes dentro da janela
um brilho cinza
esta manhã
de muitos carros
poucos pássaros
novas greves
promete movimento
e nenhum silêncio
e se declara
nos seus traços
leve
inquieta
docemente áspera
aquoso e musical
a música goteja
na chuva mágica
ressoa na fonte cresce
na varanda
junto com a flauta
escolho outras escolhas
dentro do presente e do passado
e recebo
o silêncio do silêncio
nesta e em outras salas
onde o tempo se desdobra
infinitamente doce
aquoso
e musical
quinta-feira, 5 de junho de 2014
quarta-feira, 4 de junho de 2014
avatar
buzinas beijam a claridade
um desconforto que estremece
as flores pintadas na parede
o real rói as unhas
que crescem nas costas e nas crostas
dentro da carícia
totalmente abstrata
sou seu avatar e você
é a minha pandora enfim
é tudo lenda uma fábula
onde o bruxo
se apaixona pela fada
e fica
aprisionado dentro da arvore
terça-feira, 3 de junho de 2014
gratidão
nem sempre espero
luares
rede
gratidão
ando entre nomes
caçando-me
espelhos que se abrem
janelas dentro das grades
caminhos na própria face
armadilhas que adoçam
desvios
encruzilhada
atalhos
onde os sonhos tropeçam
anima mundi
a palavra me pensa
impressa
imprensa
noticias da alma
- anima mundi -
na alma dessas letras
azuis no azul completo
segunda-feira, 2 de junho de 2014
ilhas
ilhas me atravessam
lugares e lembranças
nuvens de palavra
eloquente silêncio
traduzem poesia
nos jardins
da minha alma
domingo, 1 de junho de 2014
no parque
flutuo entre vozes
lembranças luminosas
música na pele
na solidão de todos
se revelam
todos os encontros
grupoema
hoje sou simplesmente espelho
superfície de água
e tento capturar os rostos
sorrisos gestos olhares
que apenas reflito sem compartilhar
primeiro foi a lua
de um sorriso branco amigo
de suave malícia e gestos
de caminhar ao lado ternamente
adenauer
depois foi aquele menino
já tão sofrido por isso mesmo
velho
quase irmão
ou filho
de quem falamos reclamamos
discutimos criticamos ensinamos
e aprendemos tanto
naldo
e o outro tímido
esquivo
de sorriso triste
e olhar bonito
amanhecendo em poesia
de protesto e carícia
amarildo
e o escorpião venenoso doce
sempre ativo e pronto
para se ferir ferindo
tão orgulhoso frágil
tão amoroso quanto o menino
que não deixaram que ele fosse
péricles
e aquele de quem sou o oposto
pois é o sentido e a certeza
do próximo passo ser
o porto seguro que lhe falta
uma ternura justa e versos
palavras de faca para o que não é
claridade e símbolo
nestor
eis que que chega um trem
que não corre nos trilhos nem paralelo
à cidade e à selva invade
territórios florestas ruas casas
e transforma a vida
em sentimento vivo quase
um deus menino
nilo
ela é como uma casa
se arrumando como um convite
dito com os olhos sorrindo
com outras palavras
meiga mãe pantera
meiry
dirão com que fosse o outro aquele ausente
sério de muitas línguas pintor
de vozes silêncios enigma imagens
e pulsações novas da palavra
em coração aberto mas escondido
paulo
ele é o que o momento traz
à praia dos seus gestos diferente
de sempre e igual
ao que vai ser ontem ou tendo sido
amanhã não pode deixar de ser
valente júnior
e quem me foi apresentada antes
de ver quão frágil é
seu rosto sob o sorriso e a pulsão
do seu sexo disposto a dominar e ferir
para não ser mais sacrificada no plural
suely
e hoje onde estou
aqui longe daqueles tão perto
que escreveram seus nomes em mim
no meu corpo
exceto um poema triste
que fizemos nem sabíamos
e vinha assinado saudade
como então reencontrá-los
se foi em mim que se perderam
e nunca estarão mortos
nesse amor com que os tenho
e por onde escapam
da minha mão carinhosa
salvador,1985
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