sexta-feira, 24 de abril de 2015

passageiro e casual






a pele macia e lisa
corresponde à alma triste
nos vetores da busca

sonho sem desejo
(o sol sobre a árvore
a sombra sob o poema)

se também é macia a alma

a pele pode ficar triste






sábado, 18 de abril de 2015

dedo mínimo






símbolos
gritam
            na
noite
        suja :
                  traição







discurso






traços perdem nitidez
(aliás nunca tiveram)
no desenho das nuvens

nas linhas do voo solo
no abismo das ideologias
na lógica movediça

(areia e lama e mentiras)

"não sei       não sabia de nada"






antes da queda






luz de reserva
antecede a queda
notícias pulsam

silêncios sobrevivem
quando o morto morre






visionário






decifro
 códigos
 de
   guerra
enquanto
   sonho






   

quase catarse






não sou o santo
nem salvador da pátria
só trabalho só

no silêncio da sala
onde flui a dor cega






lobo no escuro






falas da noite profunda
sino de outrora e do refluxo
das horas que acendem e apagam

sobre o caminho do rio
sobre o caminho do vidro
sobre o caminho do aço

falas da noite profunda e antes

da aurora os pássaros se calam






sábado, 4 de abril de 2015

uma nova esquerda









que fique do passado
a raiz da história   degrau
plataforma e pista onde

o futuro se ergue e voa
e que ninguém esqueça como
até o sonho mais bonito apodrece

se exerce a exclusiva custódia

do progresso da justiça e da verdade





sexta-feira, 3 de abril de 2015

lara minha princesa






um silêncio gritante
que fala com intensidade
da penumbra e do deslumbramento

um silêncio onde florescem gestos
sentidos sintaxes significados
e símbolos abertos todos muito claros

um silêncio que só é lágrima ao tocar

o sofrimento alheio jamais o próprio